top of page

História

IMG_3363.jpg
O surgimento da Fazenda da Barra

A Fazenda da Barra foi criada na primeira metade do século XIX, com base nos registros de casamento entre Jerônimo Nicolau de Carvalho e Ana Gonçalves de Mesquita, em 1760, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões, na atual Ouro Preto.  É informado que um galho da família gerada deste matrimônio se fixou na Fazenda da Barra.

 

Porém, o mais antigo registro que se tem conhecimento da família Costa Carvalho na Fazenda da Barra é o de Francisco da Costa Carvalho (1810-1849) e Senhorinha Amália Jesuína Dias Coelho (1815-1890) - depois de casada, apenas Senhorinha Amália Jesuína Costa Carvalho.

 

Em informações coletadas por João Paulo Ferreira de Assis, os Costa Carvalho de Itaverava descendem de Pedro da Costa Carvalho, unido em matrimônio com Susana Maria, residentes na freguesia de São Sebastião, em Guimarães, no norte de Portugal. Seu filho, Jerônimo Nicolau de Carvalho, residiu em Vila Rica (atual Ouro Preto) com sua esposa Ana Gonçalves de Mesquita.

1830-1890
Francisco e Senhorinha Amália

Francisco da Costa Carvalho (1810-1849) foi um Juiz de Paz da então freguesia de Santo Antônio de Itaverava no ano de 1838. Sua função era similar a de um prefeito nos dias atuais e ainda com uma função de juiz de direto, comum no período imperial. Faleceu aos 39 anos.

Viúva, Senhorinha Amália Jesuína da Costa Carvalho (1815-1890) se alçou a um papel de liderança e importância na região. Mesmo em um contexto tão desfavorável as mulheres no século XIX, administrou os negócios da família com ajuda de seus filhos e, quando dona da Fazenda da Barra, doou o direito de uso do Moinho da Cachoeira de Água Limpa a população local. A instalação é hoje um dos patrimônios históricos de Itaverava. O objetivo do moinho era de ajudar na subsistência de várias famílias da região.

Senhorinha ainda ilustra histórias que fazem parte do imaginário da família e da cidade, sendo a principal delas o assassinato do feitor Crispim pelos escravos da Fazenda da Barra. Lenda que serviu de inspiração a um dos maiores poetas brasileiros, Affonso Ávila, em seu poema "Os negros de Itaverava".

1890-1915
Capitão Vicente e Augusta

O filho de Francisco e Senhorinha, Vicente da Costa Carvalho (1838-1915), foi um notório capitão da Guarda Nacional. Casou-se com Augusta da Conceição Dias Coelho (1840-1910), sobrinha de Senhorinha. Viveu na Fazenda da Barra provavelmente ainda junto com sua mãe.

 

Por fazer parte do time de homens economicamente relevantes da cidade, adentrou na Guarda Nacional, que tinha estimado peso no Império do Brasil. Criada em 1831, Vicente seguramente fez parte dessa instituição entre 1860 e 1890, período do reinado de Dom Pedro II.

Mário Reis Carvalho (1925-2015), neto de Vicente, em relato a Mauricio Marzano, afirmou que o capitão desfrutava da amizade de Dom Pedro II e ainda se comprometeu a melhorar o estado da estrada que ligava Itaverava a Queluz de Minas (atual Conselheiro Lafaiete) a pedido dele, mas com a queda do Império, não foi ressarcido pela sua obra, deixando-o endividado. Lenda ou fato, foi publicado no jornal A União de Ouro Preto, em 2 de julho de 1887, a aprovação do contrato para conservação de outra estrada, a de Itaverava a Santa Rita de Ouro Preto, com o Capitão Vicente.

1919-1947
Juca da Costa e Mariquinha

José da Costa Carvalho (1873-1947) só viveu na Barra a partir da metade de sua vida, já que passou parte de sua infância em Ouro Preto para estudar. Depois, residiu na Fazenda do Guarará, onde constituiu sua primeira família. Casou-se com Augusta Campos Carvalho (-1909) e residiu durante esse período na sua fazenda, onde tiveram vários filhos.

 

Com o falecimento de sua primeira esposa, casou-se novamente com Maria José Alves dos Reis Carvalho (1891-1975), a Mariquinha, em Catas Altas da Noruega. Decidiu se mudar para a Barra, reconstruindo a fazenda antes de se mudar.

Concluída em 1919, as madeiras usadas na reconstrução são, em sua grande maioria, as mesmas da antiga fazenda, mantendo o estilo colonial. Juca ainda comprou várias terras, muitas de seus irmãos Francisco, Benedito e Mariquinha (irmã). Com o seu falecimento em 1947, sua esposa cuidou dos negócios da família com seus filhos. Obteve o suporte também de seu enteado, José da Costa Carvalho filho (Quinha), que viveu muitos anos na Fazenda, inclusive no período de Arnaldo e Dência. Alguns de seus filhos como Mário Reis Carvalho e Itamar Reis Carvalho, quando casados, moraram momentaneamente na Fazenda, sendo Arnaldo Reis Carvalho o filho que se fixou ali.

1959-
Arnaldo e Dência

Arnaldo Reis Carvalho (1930-2007) foi o filho homem mais novo de Mariquinha e Juca, e o que mais se dedicou as atividades da fazenda. Quando a herança foi repartida por sua mãe ainda em vida, ela acreditava que a Fazenda da Barra, no que diz respeito a construção e produção, deveria se manter com apenas um dos filhos para evitar que fosse desabitada. As vastas terras foram repartidas entre os irmãos e Arnaldo aos poucos comprou a maioria das posses, repetindo o mesmo gesto de seu pai. Antes de se transferir para a fazenda, Arnaldo e sua esposa, Jonas [Efidência] Alves dos Reis Carvalho, moraram no Bengo (Itaqui Alto). Dência é sobrinha de Mariquinha.

Há ainda mais similaridades entre o filho mais novo de Juca e seus antepassados. Arnaldo e seu irmão, Itamar, tiveram papel de destaque na política itaveravense, tendo ambos se alçado ao cargo de prefeito e vereador várias vezes. Arnaldo sempre foi reconhecido como um homem simples e justo, mas também por suas boas prosas. Com base em documentos oficiais do período da administração de Arnaldo na década de 1970, o fazendeiro com vocação política foi responsável pelas instalações da antiga delegacia de polícia, a expansão da telefonia e manutenção de estradas, escolas e o centro de saúde. Na Fazenda, seus filhos Arnaldo filho, Maria José, Marília e Ronaldo cresceram.

Com o falecimento de Arnaldo em 2007, a administração da estrutura produtiva da fazenda ficou a cargo de seus filhos Arnaldo filho e Ronaldo. Em 2010, Dona Dência se mudou com Marília para Belo Horizonte.

Ronaldo Jose Reis Carvalho (1963-2023), filho mais novo de Arnaldo, foi o mais dedicado as atividades da fazenda. Mesmo exercendo sua formação em engenharia civil em Belo Horizonte, se manteve o principal gerenciador da fazenda desde o falecimento de seu pai. Em 2020, passou a se dedicar integralmente as atividades na propriedade, agora com a contribuição de seus dois filhos, Samuel e Vitor. Sempre com o forte apoio de seu irmão, Arnaldo Filho, se manteve firme na continuação do legado de sua família. Sua ligação emocional com o local foi transferida para seus descendentes. Desde seu falecimento em 2023, a Fazenda da Barra é administrada por eles, o médico veterinário Samuel Peixoto e o engenheiro de produção Vitor Edson Peixoto, juntamente com Arnaldo Filho.

bottom of page